segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O tempo que transforma

Observem a transformação que o humano faz ao passar dos anos.

PRAÇA MAUÁ





A Praça Mauá era de início um grande alagadiço - a Praia de Nossa Senhora, que depois ficou sendo conhecida como "Prainha" - o principal ancoradouro das embarcações que do fundo da Baía traziam alimentos para a cidade. A área circundante da Praça Mauá, ainda que muito descaracterizada devido às inúmeras interferências até em sua topografia, ainda assim guarda alguns poucos sítios históricos do século XVI. Atualmente apresenta uma curiosa mistura: de um lado um bairro de boates e inferninhos existentes graças à proximidade do porto do Rio de Janeiro e do outro, oferece o maravilhoso Mosteiro de São Bento, símbolo do Barroco e marco da ocupação da cidade. O nome da praça decorre de homenagem ao Barão de Mauá, ou Irineu Evangelista de Souza, o maior empresário brasileiro no tempo do Império. Aliás, no centro da praça, existe uma estátua do barão, que ali era proprietário de um trapiche (armazém) e de vários negócios ligados à área portuária. Um importante edifício da Praça Mauá, é o chamado edifício do jornal "A Noite", com vinte e dois andares e construído no final da década de 30, possuindo um estilo Art Déco com formas classicistas e simétricas, inspirado nos antigos prédios de Nova York. Este edifício era um dos pontos mais badalados da cidade, tornando-se o centro das atrações na época áurea do rádio quando lá passou a funcionar a Rádio Nacional a partir de 1936. Com o atual processo de revitalização, redefinição urbanística e reaproveitamento da antiga área portuária do Rio de Janeiro, a Praça Mauá entrará em evidência novamente pois, como parte desses esforços, será construído no Pier da Praça Mauá um Museu do Amanhã, ou Museu do Futuro, projeto do arquiteto e engenheiro espanhol, Santiago Calatravia.

LARGO DA CARIOCA







Nos tempos primitivos da cidade do Rio de Janeiro, existia uma lagoa (depois chamada de Santo Antonio) na qual vinham banhar-se índios mansos e beber a água bois de um curral existente ali perto. Esse local é hoje chamado de Largo da Carioca, cuja história está intimamente ligada ao Convento Santo Antonio. O Convento teve sua origem em uma pequena ermida nas margens da lagoa, que foi ocupada em 1592 pelos freis franciscanos. Para drenar a lagoa, os religiosos franciscanos abriram uma vala, cujo trajeto deu origem a uma nova via chamada Rua da Vala, atual Rua Uruguaiana. Em 1723 foi inaugurado no local o primeiro Chafariz da cidade, o Chafariz da Carioca, depois substituído por um outro, construído em 1750; após a lagoa ter sido drenada e aterrada, ambos passaram a ser abastecidos pelos aquedutos que vinham do Morro de Santa Teresa. Nos anos 50 do século XX, uma parte do Morro de Santo Antonio foi demolida para que fosse feito o Aterro do Flamengo, mas o setor onde estava localizado o Convento e as igrejas foi preservado. Grandes modificações foram feitas durante a década de 70, quando quase todos os antigos prédios que rodeavam o largo foram demolidos. O subsolo do Largo é agora ocupado por uma das maiores estações do metrô da cidade. Todo o trânsito de carros foi suprimido e o Largo hoje é reservado para pedestres. O Mosteiro e a Igreja de Santo Antônio têm sido bem conservados ao longo dos séculos, permanecendo no que restou do antigo Morro de Santo Antônio, hoje quase totalmente demolido.

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