REVOLUÇÕES E NOVOS IDEAIS:VITÓRIAS DA
BURGUESIA
ASCESÃO DA BURGUESIA E REVOLUÇÃO INGLESA
PONTO DE PARTIDA
Antes de
iniciar a falar sobre a ascensão da burguesia temos que observar que antes da
Idade Moderna (período Medieval) nobres e clero possuíam o monopólio na cultura
e nas armas.
CENTRALIZAÇÃO DO PODER REAL
Reis de
Portugal, Espanha, França, Inglaterra e Holanda investem em frotas marítimas a
fim de conquistar novas terras e reservas de metais preciosos. Surge uma nova
classe poderosa, a burguesia mercantil que visava a rápida ascensão social.
LONGA VIDA E TODO PODER AO REI
Entre os
séculos XIV e XVI surgem os Estados Nacionais (países governados por um rei,
depois do fracasso da igreja católica de unificar o continente sobre teu
comando), assim o rei detinha todos os poderes: elaborava leis, aplicava
justiça, controlava atividades econômicas, surgindo assim a Monarquia
Absolutista.
Para não
haver desobediência os reis criaram o direito divino dos reis, onde diziam que
o rei era o escolhido de Deus para governar, assim quem rejeitar, duvidar ou
questionar estará assim fazendo com Deus.
Nesse
momento a burguesia ajuda no processo de ascensão do rei e não é incluso na
participação do poder político. Agora após o absolutismo a classe burguesa
deixa de ser pequenos comerciantes, soma-se banqueiros e grandes comerciantes.
Aqui ainda a
sociedade continua dividida em três ordens ou estados: Clero, nobreza e
burguesia (servos, camponeses, artesãos e trabalhadores urbanos), esse último
obrigado a pagar impostos para manter o luxo das duas primeiras.
ORIGEM DAS REVOLUÇÕES BURGUESAS
A burguesia
não formava um grupo com interesses comuns, mas algumas idéias começam a ser
difundidas:
- Luta pelo
direito a propriedade privada, que não deveria ser confiscada;
- Defesa da
liberdade de comércio com o mínimo de interferência do governo;
- Maior
participação nas tomadas da decisões;
- Difusão de
pensamentos baseados na racionalidade (combater o poder da igreja).
Na
Inglaterra interesses burgueses em comum levam a confrontar seus principais adversários
(Nobreza e clero), levando a uma longa guerra civil. Burgueses investem no
aumento da produtividade, levando a organização das primeiras manufaturas,
surgindo posteriormente as fábricas, novas tecnologias e formações sociais.
Na França
pensadores passam a defender novas idéias vinculados aos interesses burgueses,
no fim do século XVIII uma revolução popular coloca fim ao que restava do
feudalismo, assim a burguesia toma controle da sociedade.
REVOLUÇÕES NA INGLATERRA
REVOLUÇÃO INGLESA
A Inglaterra
é o primeiro país a implantar o parlamentarismo, pois a ascensão da burguesia
põe fim ao absolutismo.
INGLATERRA – FORMAÇÃO POLÍTICA DIFERENTE
Para
compreendermos a formação política precisamos voltar no início do século XIII,
na Inglaterra a monarquia feudal caminhou por um processo inverso dos demais países
da Europa, quando o rei aos poucos perdia o poder para os senhores feudais, em
1215 o rei João Sem Terra toma decisões erradas, compreendidas assim pelos
nobres, os mesmos impõe a carta Magna, limitando a autoridade do monarca. Então
após o século XIV o poder passa ao parlamento, formado pela Câmara dos Lordes
(Nobres e Clero) e Câmara dos Comuns (membros eleitos pelo povo, cada um
representando um distrito eleitoral).
LEITURA DE DOCUMENTO
CARTA MAGNA
Documento
que limitou os poderes do rei e fixou o direito dos vassalos, também
estabeleceu os privilégios dos senhores feudais e dos príncipes da igreja.
ABSOLUTISMO NA INGLATERRA
No século
XVI temos a ascensão da dinastia Tudor e o retorno do absolutismo, seus maiores
representantes são Henrique VIII e Elizabeth I, nesses governos a Inglaterra
passa por um significativo desenvolvimento econômico.
Henrique
VIII rompe com a igreja católica criando a igreja anglicana, onde era o chefe.
Elizabeth I sua
sucessora confirma o anglicanismo e reduz ainda mais a força do parlamento.
Nesse
período a burguesia inglesa conquista maior importância econômica e o
capitalismo chega na área rural.
O CERCAMENTO DOS CAMPOS COMUNS E OS “CARNEIROS
COMEDORES DE GENTE”
Durante o
feudalismo a terra era um bem comum, onde camponeses trabalhavam para manter os
feudos, mas a partir do século XVI a terra passa a ser vista como bem de
produção, forma de obter lucro e acumular riquezas. Então gentry (senhores
feudais) e yomen (pequenos e médios proprietários) passaram a cercar suas
terras e impedir que os camponeses plantassem e criassem animais para consumo
próprio, tudo com aval do rei.
Impedidos de
plantar, camponeses se submetem ao trabalho nas manufaturas, com baixos
salários.
“Os
carneiros se tornam comedores de gente” essa expressão ficou conhecida entre os
séculos XVII e XVIII porque nas terras em que antes camponeses plantavam para
sobreviver, hoje haviam carneiros, assim camponeses padeciam na miséria e os
grandes proprietários enriqueciam.
SUCESSÃO DE ELIZABETH I E INÍCIO DOS
CONFLITOS
Elizabeth I
falece em 1603 sem deixar herdeiros. Com isso Jaime I que já era rei da Escócia
e é o parente mais próximo de Elizabeth I assume o trono inglês, colocando fim
a dinastia Tudor e iniciando a dinastia Stuart.
Jaime I
persegue o parlamento e as religiões não anglicanas (católicos e
presbiterianos), em 1625 falece, seu sucessor é teu filho Carlos I que fecha o
parlamento por aproximadamente quinze anos e governa com absolutismo.
GUERRA CIVIL INGLESA
Carlos I
adotou uma política ofensiva contra o calvinismo (presbiterianos e puritanos,
esses principalmente escoceses, influenciados por idéias nacionalistas rejeitam
a influência de Roma e do Papa em sua fé, assim voltam-se contra o rei).
Em abril de
1640 Carlos I convoca o parlamento a fim de combater os rebeldes, o parlamento
prefere discutir os abusos cometidos pelo monarca em seu governo, o parlamento
organiza seu exército com o objetivo de impedir que Carlos I retomasse o poder.
O rei foge e
reúne suas tropas em Notthingham, ao seu lado ficam: senhores feudais, alta
nobreza, grandes comerciantes e proprietários de terras, pois o absolutismo os
favoreciam, do outro lado (parlamento) estavam os grupos que exigiam maior
participação política: burgueses, artesãos, camponeses e médios fazendeiros.
Após
diversos conflitos o parlamento sai vitorioso, o rei é preso e julgado culpado
por traição, assim condenado a
execução. No ano seguinte é decapitado no palácio de Whitehall.
Nasce a República
Puritana.
REPÚBLICA PURITANA
Após a morte
do rei Carlos I, Oliver Cromwell passa a ser o chefe do exército do parlamento,
implanta um regime ditatorial onde quem não obedecesse suas ordens seria preso,
dissolve o parlamento e proclama-se Lorde Protetor do Reino Unido da Grã
Betanha.
Com apoio da
burguesia (beneficiados por Cromwell) se mantém no poder, utilizando as forças
do exército para reprimir os que iam contra ele.
O Ato de
Navegação é um exemplo de benefício aos burgueses, pois favorecia a marinha
inglesa militar e comercialmente, onde todos produtos que entravam ou saiam da
Inglaterra deveria ser transportados por navios ingleses, ou pelo país de
origem do produto, gerando assim muita riqueza e barrando o avanço de seu maior
concorrente naval (Holanda).
Irlanda,
País de Gales e Escócia passam a se opor a Cromwell. A tradição católica irlandesa
se choca com o autoritarismo puritano. Cromwell massacra a Irlanda com teu
exército e distribui terras católicas a protestantes escoceses, resultando em
diversos confrontos entre católicos e protestantes.
Ainda na
Inglaterra grupos que não recebiam benefícios formaram grupos (niveladores e
escavadores) exigindo distribuição de terra e igualdade social, mas Cromwell
esmaga os grupos.
REVOLUÇÃO GLORIOSA
Cromwell
morre em 1658 e seu filho Richard é seu sucessor, membros do parlamento se
organizam e restabelecem a monarquia em 1660 coroando Carlos II filho do rei
decapitado, mas divergências entre monarca e parlamento continuam.
Carlos II
morre em 1665 e seu irmão Jaime II torna-se rei, pretendia restabelecer o
catolicismo e o absolutismo no país. Logo o parlamento organiza o exercito para
deter Jaime II, que temendo ser decapitado foge para França.
Parlamentares
escolhem seu genro Guilherme III, um nobre holandês protestante, esse episódio
fica conhecido por Revolução Gloriosa, quando não há derramamento de sangue.
Guilherme
III assina a Declaração de Direitos, documento que põe fim ao absolutismo e
amplia os poderes do parlamento, estando assim instaurada a monarquia
constitucional (hoje, monarquia parlamentar).
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
AVANÇOS TCNOLÓGICOS
A Revolução
Industrial altera radicalmente a forma de produção a partir da segunda metade
do século XVIII. Sendo responsável por substituir as manufaturas pelas
máquinas, energia humana por outras fontes (vapor, hidráulica, fóssil –
petróleo), sistema de produção doméstico pelo fabril ou industrial.
Transformando a economia e a forma de pensar na sociedade.
DO ARTESANATO A MANUFATURA
Até então os
artesãos detinham o monopólio da transformação de matérias primas em produtos,
havia também a produção doméstica. Produtos mais elaborados eram feitos por
artesãos especializados em suas oficinas auxiliados por aprendizes.
LEITURA DE DOCUMENTO
Com o passar
do tempo burgueses passam a executar compras e vendas de mercadorias, artesãos
agora tinham somente a responsabilidade de produzir, passando a ser
assalariados, trabalhando em espaços específicos para a manufatura, onde os
patrões eram os donos das ferramentas e instalações, comandando a produção
(após século XVII), aos poucos o processo foi dividido por partes, com o tempo artesãos
que detinha o conhecimento do processo todo fora substituído por trabalhadores
que sabiam executar apenas um tipo de tarefa, contudo o artesanato aos poucos é
substituído pela manufatura.
SISTEMA FABRIL
O interesse
burguês era controlar e acelerar o processo de produção, criam o sistema
fábrica, onde funcionários entravam nos galpões e encontravam instalações e ferramentas organizadas,
cada um com seu espaço e função. As máquinas passam a ser referência para a
organização do trabalho.
LEITURA DE DOCUMENTO
Em 1776 Adam
Smith (economista) defendia a divisão do trabalho, dizendo que beneficiava a
economia do país, pois produzia-se mais em menos tempo.
REVOLUÇÃO DO VAPOR
No século
XVII o mecânico inglês Thomas Savery constrói a bomba de água movida a força do
vapor. Já no século XVIII o cientista escocês James Watt adapta a energia a
vapor para as máquinas utilizadas nas fábricas de tecido, substituindo os
esforços braçais e aumentando a produção.